Belo Horizonte vira palco de briga entre Dilma e Aécio
Após reviravoltas, nacionalização da campanha envolve articulaçõesque devem influenciar no tabuleiro eleitoral de 2014
Após uma série de reviravoltas que resultaram na nacionalização da campanha, Belo Horizonte virou palco de briga entre a presidenta Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB). A agora embaralhada disputa pela capital mineira – que teve como estopim o rompimento da aliança entre PT e PSB – envolve articulações que devem influenciar na eleição presidencial de 2014.
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Embora inicialmente tivesse planejado se manter afastada das eleições municipais, Dilma entrou na campanha após o racha entre petistas e socialistas se consolidar na semana passada. Os dois partidos tinham acordo de manter a aliança que, em 2008, com apoio do PSDB, elegeu o prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o vice Roberto Carvalho (PT).
O entendimento entre tucanos, petistas e socialistas naufragou depois que Lacerda, candidato à reeleição, sob pressão de Aécio, se recusou a dar ao PT participação na chapa de vereadores. Aécio negou ter feito imposições ao socialista. Diante deste cenário, a mineira Dilma atuou em duas direções.
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Primeiro, ajudou a unificar a legenda – que saiu divida no último pleito, após intervenção da direção nacional que chancelou aliança com tucanos – em torno da candidatura do ex-ministro Patrus Ananias. Segundo, atuou junto a partidos como o PMDB e o PSD para dar robustez e competitividade à chapa encabeçada pelo petista.
A reação de Dilma visa conter a movimentação de Aécio, potencial candidato à Presidência da República em 2014, junto à base aliada do governo. Após o racha entre Belo Horizonte, o senador tucano vem cultivando aproximação com o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos – outro nome de peso para 2014.
O partido tem uma das maiores bancadas do Congresso. Comentava-se até que Campos estaria se movimentando para ser vice na chapa pela reeleição de Dilma. Porém, com o racha em Minas, esta hipótese teria ficado distante. Ainda mais depois que o vice Michel Temer (PMDB) ajudou na composição do PMDB à chapa de Ananias na capital mineira.
Outro ponto de discórdia é a aliança do PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Apesar de orientada pela direção nacional para apoiar o petista, a legenda local, ligada a Aécio, anunciou apoio à candidatura de Lacerda. A medida levou Kassab a agir e o partido criou uma comissão interventora. O PSD tem 2 minutos e 2 segundos no horário eleitoral.
Nos bastidores, comenta-se que o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, teria dado aval a Kassab, seu afilhado político, para que o PSD apoiasse o PT na capital mineira. O motivo seria a rixa entre Serra e Aécio, que vem marcando as últimas disputas à Presidência. Os tucanos, porém, desconversam.
“Não acredito nisso”, afirma o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). “O Serra antes de tudo é um homem partidário. Esta rixa está superada”. Ele atribui a aliança entre PSD e PT a uma “falta de identidade” do partido de Kassab. “Aconteceu aquilo que é da natureza do partido. São muitos membros de correntes antagônicas, sem identidade muito clara. Uns foram para um lado e outros para o outro”.
O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) afirma que a nacionalização da campanha elevou a temperatura na capital mineira. “Está altíssima”, diz. “A Dilma está dando show de popularidade em todo lugar que vai. A presidenta não tem obrigação de ganhar em Belo Horizonte. Mas, para o projeto presidencial de Aécio em 2014, esta eleição é fundamental”, afirma o petista.
“O Aécio morre de medo de nacionalizar porque gera comparações. Mas, na eleição, vamos falar de Belo Horizonte e vamos falar das contribuições do governo federal. Todas as obras e políticas públicas da cidade foram financiadas pelo governo federal”, conclui.
FONTE: ULTIMO SEGUNDO/IG/GOOGLE NEWS
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