Rochinha, interlocutor da nacional, diz que PT vai para embate com tudo (Foto: Mário Agra/PT)
Da Folha de Pernambuco
Se o ex-presidente Lula (PT) não estaria irritado com o governador Eduardo Campos (PSB) por conta do lançamento da candidatura do ex-secretário Geraldo Júlio (PSB) no Recife, o mesmo não se pode dizer da cúpula nacional petista. O presidente da Comissão de Ética do PT, Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, classificou ontem que a movimentação do socialista como “uma ingratidão depois de tudo que Lula fez por ele”. “A justificativa do governador de que está lançando um candidato porque o PT não se entende não cola para nós. Na verdade, isso soa até como ingratidão pelo que o ex-presidente fez pelo governo de Eduardo. Imagino, sobretudo depois dessa aliança do PMDB com o PSB, o que o doutor Miguel Arraes (ex-governador e avô de Eduardo) não estaria pensando”, desabafou Rochinha.
O dirigente ressaltou que fez um levantamento e descobriu que Lula, durante seus oito anos de mandato, esteve 42 vezes em Pernambuco, um recorde em relação a todos os ex-presidentes. “Não é um pensamento do diretório nacional, porque o diretório não fez essa discussão. Para mim, isso (candidatura do PSB) é ingratidão. Mas quem vai fazer o julgamento é o povo de Pernambuco”, disparou Rochinha.
“Diga-se de passagem que o vice-prefeito Milton Coelho é do PSB, e quem indicou a chapa foram (o deputado federal) João Paulo (PT) e Eduardo. Não adianta o governador querer fugir dessa responsabilidade, porque ele tem responsabilidade equivalente à do PT. E espero que os companheiros do PT digam isso em alto e bom som”, ressaltou Rochinha.
O dirigente ainda mandou um duro recado aos socialistas. “Vamos jogar tudo que pudermos em Pernambuco, a partir de Lula, Dilma e do diretório nacional. Não deixo de reconhecer a liderança e capacidade de Eduardo, mas vamos defender com todas as forças o nosso espaço e o nosso direito. Cabe a ele fazer as reflexões necessárias. O PT não tomou nenhuma atitude em relação ao PSB para estar recebendo essa ingratidão. Quem tem que fazer essa reflexão são eles, não nós. Não vejo necessidade de racha, mas vamos fazer uma campanha eleitoral que não vai ser de guerra, tampouco terá uma procissão de flores. Não vamos jogar um projeto de 12 anos, que não foi construído só pelo PT, no Rio Capibaribe”, concluiu.
fonte: blog da folha