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quinta-feira, 28 de junho de 2012


No Recife, convenção do PDT vira confusão generalizada. Nem eles sabem o resultado

POSTADO ÀS 22:52 EM 28 DE JUNHO DE 2012
Desorganização, agressões físicas e verbais marcaram a Convenção do PDT nesta quinta-feira (28). O episódio foi um dos mais feios do pleito municipal deste ano, no Recife. O resultado final foi em favor da aliança com PSB, mas o impasse deve acabar sendo decidido na Executiva Nacional.

Na base governista e com vice-governador (João Lyra Neto), o PDT resiste em se separar do bloco liderado pelo governador Eduardo Campos (PSB), que lançou a candidatura de Geraldo Júlio (PSB) para a Prefeitura do Recife.

O presidente Estadual do PDT, José Queiroz, prefeito de Caruaru, precisa do apoio do governador para se reeleger e, por isso, também prefere aliança com PSB, mesma opinião do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado pedetista Guilherme Uchôa.

Do outro lado, o deputado federal Paulo Rubem Santiago quer ser o candidato da sigla para a Prefeitura, baseando-se na Resolução nº4 do partido, que prevê prioridade de candidatura própria em cidades com mais de 1 milhão de habitantes e em capitais. Paulo Rubem também afirma ter apoio dos dirigentes nacionais da sigla.

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Em sua chegada à convenção - que não teve a presença das lideranças citadas anteriormente - Paulo Rubem disparou contra os "caciques" do partido que não querem a candidatura dele. "São fantasmas. Eles falam "em off", não colocam o nome ou a cara, mas ficam me atacando sem se revelar."

"No Ceará é diferente. Somos da base do governador Cid Gomes (PSB) e da base da prefeita Luizianne Lins (PT). E lá o PT vai lançar uma candidatura, o PSB outra e o PDT outra. Mas lá não tem essa pressão."

Paulo afirma ainda que "algumas lideranças estão querendo fazer do partido seu feudo", usando a sigla para defender interesses pessoais. Diz que o PDT tem se apequenado em Pernambuco, contrariando os interesses nacionais e históricos do partido.

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A convenção de hoje, foi para definir 1. A chapa para vereadores; e 2. se o partido teria candidatura própria, com Paulo Rubem, ou se faria coligação, com Geraldo Júlio (PSB). Em peso no Diretório Estadual, a militância clamava por Paulo Rubem. Mas o voto cabia à Executiva Provisória Municipal, composta por 10 membros - dos quais três têm direito a dois votos: Paulo Rubem, Wellington Batista e André Negromonte, por fazerem parte das executivas municipal e estadual.

O auditório do PDT esteve lotado, com faixas, bandeiras e uma multidão barulhenta que, em seguida, tornou-se enfurecida e agressiva. O clima de festa da militância contrastava com o clima tenso entre as lideranças, que apontavam que Paulo Rubem sofreria "uma rasteira". Prevendo isso, Paulo Rubem aproveitou para colocar os membros da Executiva sob pressão.

Durante seu discurso, o deputado sugeriu uma pequena quebra do protocolo, sugerindo que antes da votação fosse feita uma explanação, com falas de quem defende a candidatura própria e de quem defende a coligação - esta última opção, sempre vaiada pelos presentes.
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O presidente da Executiva Municipal, Wellington Batista, se viu encurralado e disse que não poderia fazê-lo, levando sonora vaia. Em seguida foi pedido que só Paulo Rubem falasse, proposta aceita pelo Presidente. A atitude mostrou que a Executiva estava temendo a ira que causaria na militância ao revelar que pretendiam retirar a candidatura própria.

Os militantes ficaram enfurecidos, houve tentativa de agressão e por pouco o presidente da Executiva não levou um soco de um militantre, que foi contido pelos presentes. Confusão instalada, os 10 membros da Executiva se reuniram numa sala para para definir o que fariam. Optaram por abrir espaço para discursos contra e a favor da candidatura própria.
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Paulo Rubem discursou e, sentido o clima da militância, aproveitou para colocar Executiva contra a parede. Durante o discurso ele se dirigiu diretamente aos membros (André Negromonte, George Gibson, Ravel Cerqueira e Wellington Batista) que ele sabia que votariam a favor de uma coligação. Os quatro ficaram contra a parede, diante do ódio das centenas de pedetistas naquele auditório.

André Negromonte tratou logo de aliviar o clima, mudando o foco para as pré-candidaturas de vereadores. Os 27 pré-candidatos foram homologados. Então aliados de Paulo Rubem trataram de trazer outra dor de cabeça para a Executiva: fiscalizar documentações.

Documentos - Tanto para solicitar candidatura própria, o interessado deve enviar à Executiva Municipal a documentação formalizando o pedido. Já para fazer a coligação, além dos envio de documentação para a Municipal, esta precisa encaminhar os papéis para a Executiva Nacional.

Na apresentação da documentação pela Executiva Municipal, mostrou-se que Paulo rubem estava regular. Mas não se tinha comprovação do encaminhamento para a Nacional da solicitação de aliança. "Recebi os documentos no dia 12 de junho e encaminhei no dia 18 de junho. Mas a direção não devolveu protocolado."

O grupo pró-Paulo Rubem defendeu que não se poderia fazer votação, já que pedido de aliança não tinha comprovante de ser regular. Não se tinha prova de que a Municipal teria enviado à Nacional. Mas os membros da Executiva afirmavam que ainda poderiam prorrogar o processo até conseguir documentação necessária. Neste momento a militância voltou a explodir.

Socos e pontapés na mesa, emburra-empurra, homens se agarrando na tentativa mútua de agressão, Paulo Rubem e Wellington apontando dedo um no rosto do outro. "Eu não sou babaca!", gritava o deputado.

No final das contas, nada resolvido. Paulo Rubem e seu único aliado, o candidato a vereador Rinaldo, se recusaram a votar e saíram. Os sete outros membros da Executiva Municipal votaram e o resultado foi de 8 votos a favor da coligação e nenhum voto em favor de Paulo Rubem. Os cinco votos que faltaram foram os e Paulo Rubem (2), Rinaldo (1), Natanael (1) - que se absteve - e Wellington Batista (só votou uma vez).

Paulo Rubem deve solicitar revisão do processo pela Nacional. O deputado não reconhece o resultado e afirma que a convenção não aconteceu e que votação foi "demonstração de desespero". Do outro lado, a Executiva afirma que Paulo Rubem estaria tentando um "ato de força" por saber que no voto ele (o deputado) perde.
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fonte: blog do jamildo

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