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terça-feira, 26 de junho de 2012


Perillo rebate relator de CPI e diz que não mentiu em depoimento
26 de junho de 2012  20h25  atualizado às 20h28









O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), rebateu nesta terça-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, as declarações do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), de que teria mentido em seu depoimento na comissão. De acordo com Perillo, o relator está tentando "requentar" o assunto da venda de sua casa, fato que, em sua avaliação, já foi devidamente explicado.
"Como não encontrou nenhum indício de ligação do governador com a (construtora) Delta ou com o esquema do senhor Carlos Cachoeira, tenta mais uma vez requentar o assunto da casa, já devidamente explicado e entendido pelas pessoas isentas", informou a assessoria de Perillo. Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é investigado por ligação com o jogo do bicho e atos de corrupção que podem envolver políticos e outros empresários.
"Desde o início da CPI, o deputado Odair Cunha tenta, desesperadamente, atingir o governador Marconi Perillo. Ele tenta transformar a comissão em instrumento de vingança. Deixa de lado as relações promíscuas da Delta com órgãos comandados por seu partido", diz a nota divulgada pela assessoria.
A avaliação de Odair Cunha foi feita após o depoimento do arquiteto Alexandre Milhomem, prestado nesta terça-feira à comissão. O arquiteto informou que foi contratado por Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, para decorar a casa em que ela moraria provisoriamente. Pelo serviço, Milhomem disse ter recebido R$ 50 mil, pagos em cinco parcelas de R$ 10 mil. O arquiteto também calculou que as compras de móveis e objetos de decoração para a casa somaram cerca de R$ 500 mil e foram pagos por Andressa.
As gravações interceptadas pela PF indicam que os serviços prestados pelo arquiteto foram contratados em maio de 2010, antes que ocorresse a negociação do imóvel da forma como o governador relatou à comissão. Em fevereiro, a PF prendeu Cachoeira na residência.
Perillo, em seu depoimento, negou ter vendido a casa para o bicheiro. Ele disse que vendeu o imóvel ao empresário Walter Paulo Santiago, dono da faculdade Padrão. Na nota divulgada pela assessoria, o governador não dá explicações sobre os argumentos levantados pelo relator e nem sobre as informações prestadas pelo arquiteto. Perillo questiona a "isenção" do relator para conduzir as investigações.
"O deputado (Odair Cunha) veio várias vezes a Goiás tentando achar qualquer ação ou ato que incrimine o governo de Marconi. Se o deputado fosse isento, poderia ter aproveitado suas viagens para verificar a relação da Delta com a regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e as prefeituras de Goiânia, Anápolis, Catalão e Aparecida de Goiânia", diz a nota.
"Querer condenar um governador, em terceiro mandato, pela venda de um bem pessoal, vendido a preço de mercado, escriturado pelo valor da venda e declarado à Receita Federal, é um ato insano e de má-fé", completa o texto.
Carlinhos Cachoeira 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
No dia 25 de junho, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado aprovou a cassação de Demóstenes. Em decisão unânime, por 15 votos a zero, o colegiado aprovou o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que recomendou a perda do mandato do senador. O parecer do Conselho de Ética deverá ser examinado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, se aprovado, passará por nova votação no Senado, que poderá definir a cassação definitiva de Demóstenes.
Agência Brasil
FONTE: GOOGLE NEWS

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